
Estado de São Paulo, hoje, 31 de julho de 2011
eu queria estar em Salvador esta semana para participar do juri do concurso do Teatro Castro Alves mas como não pude me livrar de compromissos acadêmicos aqui no Texas cá estou eu pensando em formas de juntar fabricação digital, sustentabilidade e sensibilidade social no mesmo projeto.
nesse sentido vale a pena conhecer o trabalho de Santiago Perez aqui em Houston que busca exatamente isso: usar as tecnologias digitais de forma a resolver de forma sustentável o problema da habitação. Veja tambem a parceria de Santiago com Bill Massie que já foi assunto aqui no parede.
I would rather be in Salvador this week working as a juror for the Castro Alves Theater competition but since academic obligations kept me in Texas I am here ruminating about digital fabrication, sustainability and social awareness.
in that sense it is worth checking the work of Santiago Perez here in Houston, attempting to do exactly that: to use digital fabrications to solve the issue of housing in a sustainable manner. It is also worth checking his partnership with Bill Massie that was already profiled here before
voltei da Coréia do Sul com o concurso na cabeça, claro, e escrevi três posts diferentes que foram rejeitados por diversas razões. Acabei resolvendo que seria melhor me expressar pelo desenho, assim evito indiscrições ou deslumbramentos de qualquer natureza.
as imagens abaixo (contexto + três finalistas: Rogers, Lee, Park) dão um resumo da minha leitura e indicam a direção de algumas das principais conversas entre os membros do júri. O resultado final pode ser lido aqui e não cabe a mim neste momento esmiuçar nenhum dos argumentos mas sim registrar a intensidade e a pluralidade das propostas e dos debates.
o resto fica por conta da imaginação de vocês até que possamos conversar a respeito numa mesa de bar.
o contexto / the site
Seung Hong Park
Richard Rogers
Sang Leem Lee
I came back from Korea thinking about the competition and wrote three different posts, all rejected. Instead I decided to use my analytical drawings to avoid indiscretions or infatuations of any nature.
the images above (site + three finalists: Rogers, Lee, Park ) summarize my analysis and indicate the route of some juri conversations. The final results can be read here and I think I should not elaborate any of the arguments but indeed register the intensity and the plurality of the proposals and the subsequent debates.
everything else belongs to your imagination until we can discuss it personally over good food and drinks.
depois de escrever 3 posts sobre a invisibilidade das mulheres arquitetas eu organizei uma exposição de arquitetura mineira na coréia e lá constavam apenas 2 moças entre 14 rapazes.
o problema é sério. O trabalho das mulheres tende a ser invisível e é preciso esforço para mudar esse quadro. No meu caso, deliberadamente tentei encontrar obras projetadas por mulheres em Minas e discutí várias vezes, comigo mesmo e com colegas, se cromossomos XX ou XY era critério válido para a seleção.
acho que dá pra concordar que da mesma forma que é absurdo excluir por causa do gênero também não se justifica escolher alguém pelo mesmo motivo apenas. Mas como nas boas políticas de inclusão, é importante estar atento para a questão, no nosso caso buscar dar visibilidade a mulheres arquitetas e seus trabalhos excepcionais.
então aqui vai minha contribuição nesse sentido. Não ví nada da grande mídia brasileira (o que comprova minha tese da invisibilidade) mas nas últimas semanas a Profa. Raquel Rolnik, da FAUUSP, esteve viajando pelos EUA como observadora da ONU, com a missão de entender o problema habitacional deste que é o país mais rico do planeta. As conclusões (bem como a hostilidade de parte da imprensa Americana) são estarrecedoras.
vale seguir aqui, aqui e aqui o fantastico trabalho da Profa. Rolnik que merece toda visibilidade possível.
in the same week when hooligans in a second-rate university in São Paulo brought to the forefront the old issue of women’s right to do whatever they want with their bodies my blog colleague Juliana M blasted me, and for a reason.
after writing 3 posts on the invisibility of women architects I organized an exhibition of Brazilian architecture in Korea with only 2 young women and 14 men consisted. The issue is serious to me and if the work of women tend to be invisible we need to make an extra effort to change this picture. In this case I deliberately tried to find exemplary designs by women architects of Minas Gerais and discussed with others if chromosomes XX or XY were valid criterion for the selection. I think we can agree that in the same way that is nonsense to exclude somebody because of gender it is also not the best idea to choose someone for gender reasons only.
but as in the best affirmative action polocies it is important to be aware of the issue, in our case to make visibility the fantastic work of many women architects.
so here is my contribution in this direction: the big Brazilian media did not report but in the last 3 weeks Prof. Raquel Rolnik from the University of São Paulo School of Architecture was travelling around the U.S.A. as observer to the UN, to report on the striking housing troubles of the richest society in our planet.
the conclusions (as well as the hostility of part of the American press) are scary.
one can check here, here and here the fantastic work of the Prof. Rolnik that deserves as much visibility as possible.
Teddy passou por aqui, deu uma palestra ontem para um auditório lotado, tomou café hoje com alguns professores conversando sobre a necessidade da arquitetura investir em diversidade (ainda somos uma profissão de homens branquinhos, apesar dos lentos progressos), almoçou com um grupo de alunos e se mandou para NY, para daí voltar correndo pra San Diego antes do final da semana pra ver se sua casa não pegou fogo.
conheço Teddy a uma década e ele sempre foi assim, apressado, multi-tasking, atencioso e um orador inflamado que consegue como ninguém levantar questões complexas de ordem social e ainda ensaiar uma resposta de ordem arquitetônica.
seu trabalho na fronteira entre San Diego (que ele chama de a maior gated community do mundo) e Tijuana é mesmo inspirador. Numa pesquisa quase antropológica, Teddy vai fundo na análise das trocas entre o capital norte-americano e o trabalho mexicano para entender como estas transformações repercutem na arquitetura. A partir daí ele movimenta ONGs, associações de bairro e até o departamento de planejamento urbano da cidade, em busca de uma arquitetura mais socialmente responsável sem deixar de ser esteticamente avançada.
ano passado ganhou um premio importante do CCA (canadian center for architecture), tem sido chamado para quatro em cada cinco bienais e este ano viu seu trabalho ganhar as páginas do New York Times.