Thursday, January 17, 2008

em defesa da crítica



ainda não recebí a AU de janeiro (demora umas 3 semanas para chegar na biblioteca aqui, que assina só para um único leitor) mas não posso deixar de registrar meu estranhamento com relação às críticas de Josep M. Montaner que nos foram apontadas pelo Blog do Alencastro.

segundo Montaner, os críticos brasileiros seriam muito bons de ensaios e textos curtos mas falham em não produzir livros de maior fôlego em que teorias mais abrangentes seriam propostas em profundidade.

o que na minha opinião é menos um problema dos críticos em sí e muito mais do mercado editorial brasileiro. Comparar nossas pequenas editoras com gigantes como Gustavo Gilli por exemplo é maldade. Ainda não conhecí ninguem que tenha conseguido fazer dos livros um bom negócio no Brasil. Escrevemos porque amamos o ofício e no final das contas acabamos todos pagando para publicar quando se computa o total de horas investidas versus o retorno financeiro. Ruth e Hugo são, na minha opinião, heróis por conseguirem publicar livros com regularidade.

e quem edita tambem sofre com uma rede de distribuição precária e predatória ao mesmo tempo. Tiro meu chapéu para as duplas Abílio Guerra e Silvana Romano; e Sylvio Podestá e Gaby Aragão que literalmente carregam livros nas costas para distribuir pelo país a fora e no final ficar no zero a zero financeiro.

aos poucos o cenário parace ir melhorando e se temos hoje mais de 100 escolas de arquitetura, algo de positivo tinha de acontecer como consequência desta expansão descontrolada.

mas nosso pequeno mercado em português não vai nunca se equiparar ao mercado em espanhol.

por isso Montaner, acho que sua bem-intencionada crítica precisa ser revista pelo viés econômico, por mais que nós arquitetos estajamos já infelizmente nos acostumando a trabalhar de graça.

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