Na minha viagem a Coréia por duas vezes me vi conversando sobre uma certa “identidade” Brasileira nos projetos recentes que mostrei, em parceria com Humberto Hermeto e alguns com participação especial do Sylvio Podestá. Assumo que tal brasilidade na verdade muito me orgulha, e não é a toa que estudamos tanto Niemeyer, Reidy, Lucio, Artigas, Lina Guedes, Paulo Mendes e Humberto Serpa entre tantos outros mestres. Mas para os colegas coreanos ficava sempre a questão de que eles não conseguem ver nenhuma identidade local nas próprias obras. Talvez porque constroem a um ritmo alucinado (parecido com o do Brasil nos anos 50 na verdade) ou porque absorvem tanto da cultura arquitetônica global (de novo parecido com o Brasil) que fica difícil precisar uma identidade coreana nas obras.
Mas ao visitar um edifício de escritórios projetado por Jai Eun Lew, líder do Seearchitects Group, deu para perceber vários elementos que eu chamaria de coreanos combinados em um edifício muitos graus acima do normal.
Logo na fachada o edifício de Lew diz a que veio. Localizado em uma avenida movimentada e ladeado por torres mais altas (e na verdade bem comuns), o edifício se destaca pela paginação da fachada onde grandes molduras levemente deslocadas e/ou inclinadas marcam a identidade de cada um dos possíveis usos internos. Na lateral direita uma rampa de acesso aos subsolos/garagens é coberta por um espaço diferenciado, revestido com placas metálicas vermelhas e ligado ao edifício principal por uma passarela.
Por dentro a esperada eficiência e flexibilidade dos espaços de escritório tem sua monotonia quebrada pelas frestas e sombras da intersessão dos planos da fachada com as lajes de piso/forro. E tanto no terraço quanto nos balcões posteriores o uso consistente dos revestimentos dá a espaços distintos uma certa identidade.
2 comments:
meleca!
eu queria ter feito esse projeto...
eu tambem Max, eu tambem
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