nos últimos dois dias eu tive a honra de receber aqui na Universidade de Michigan o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. A palestra do prefeito hoje a tarde teve um público excelente e reuniu pela primeira vez este ano todos os brasilianistas de Michigan, professores e alunos, para ouví-lo falar sobre as obras nas favelas de BH. Com recursos do PAC, BH está investindo quase 300 milhões de dólares (mais de 550 milhões de reais) em seis áreas de vulnerabilidade social do município.
não quero neste blog fazer apologia da prefeitura de BH, mas sim comentar uma questão arquitetônica. Entre as mais diversas obras figuram 44 escolas infantis, centros pré-escolares para crianças de 0 a 5 anos de idade. A qualidade das edificações é tão boa que os arquitetos daqui, acostumados com o que chamaríamos grosseiramente de “primeiro mundo” ficaram impressionados, eu inclusive.
não quero neste blog fazer apologia da prefeitura de BH, mas sim comentar uma questão arquitetônica. Entre as mais diversas obras figuram 44 escolas infantis, centros pré-escolares para crianças de 0 a 5 anos de idade. A qualidade das edificações é tão boa que os arquitetos daqui, acostumados com o que chamaríamos grosseiramente de “primeiro mundo” ficaram impressionados, eu inclusive.
imagino, com base na minha fé de que o espaço construído tem capacidade de induzir alguma transformação social, que as crianças que passarem por estas escolas não vão aceitar depois qualquer prédio caindo aos pedaços, seja para estudar, para trabalhar e oxalá para morar também.
creio eu que a boa arquitetura é contagiante como a dengue, levada por dois principais vetores: o usuário, vetor passivo, que aprende como a arquitetura pode ser melhor; e os trabalhadores da construção civil, que aprendem e efetivamente repetem esta arquitetura sempre que lhes é dada oportunidade, o vetor ativo da disseminação do vocabulário arquitetônico.
a arquitetura, ainda que muito insignificantemente atravéz deste humilde blogueiro, agradece o investimento nos seus valores que ficou estampado hoje nas imagens das escolas em BH.
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ps em 11 de abril: obrigado Marcelo Santiago do Horizontes pelos créditos corretos: o projeto é de Marcelo Amorim e Silvana Lamas, detalhado aqui na Projeto
2 comments:
O mais bacana é que os arquitetos desenvolveram um projeto modelo que pode ser adaptado a diversas situações de terreno. Além disso tem o grande mérito de respeitar a escala e aparência próxima ao imaginário infantil. Já foi publicado pela ProjetoDesign: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura528.asp
Vale fazer uma comparação com escolas públicas construídas por vários arquitetos em Campinas. Todos adotaram uma linguagem modernista com escala mais monumental (parece ter sido diretriz):
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura532.asp
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura533.asp
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura531.asp
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura534.asp
Pessoalmente me agrada muito esta linguagem brutalista dos paulistas, apesar de repetirem a risca os preceitos modernos. Receita de bolo. Mas será que para as crianças funciona melhor a singeleza ou a monumentalidade?
de qualquer forma, méritos para a qualidade e diversidade dos trabalhos dos jovens arquitetos brasileiros.
obrigado Marcelo pela referencia correta, vou atualizar o post agora mesmo,
abracos,
Fernando
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