Tuesday, April 8, 2008

ply



as vezes o que está próximo se torna tão familiar e corrente que não damos tanto valor. Karl Daubman e Craig Borum dão aulas aqui em Michigan e eu trombo com eles quase todos os dias, mas hoje resolvi escrever sobre o trabalho deles no Studio Ply que é das coisas mais criativas e instigantes que eu ví ultimamente.


o nome PLY vem de plywood, nosso conhecido compensado, aquele sanduíche de madeira vagabunda que por ter cada camada com as fibras orientadas em um sentido, adquire uma resistência incomum para uma madeira tão macia como o pinus ou o similar.


Karl e Craig derivam do compensado toda uma gama de qualidades cuja inventividade é invejável. Corta-se, cola-se, fura-se, com cortadora laser ou com CNC router. Junta-se ao compensado chapas de metal perfuradas e cortadas das mais diversas maneiras, sempre desenhadas digitalmente e montadas de forma a se minimizar a perda do material. Ver Karl e Craig explicando seu trabalho provoca uma série de “ahh, como não pensei nisso antes”...


mas vale a pena mesmo é vê-los fazendo a arquitetura. Com um escritório pequeno e a ajuda de alunos estagiários, Karl e Craig põem literalmente a mão na massa, na serra e no martelo para realizar seus projetos. Tudo isso que você vê no site deles
www.plyarch.com foi feito por eles mesmos, nada é sub-contratado. Eles são seus próprios marceneiros, pintores e assentadores.

junte-se a isso um discurso elaborado e uma postura crítica digna da Universidade de Michigan e tem-se um pequeno escritório citado pela Wallpaper como dos mais promissores do momento.


e tudo isso baseado na flexibilidade e na versatilidade do compensado, esse mesmo que a gente tanto despreza como material menor.

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