Jonathan Hill, diretor do programa de doutorado da Bartlett School of Architecture em Londres esteve aqui ontem e hoje para uma palestra e um seminário com nossos doutorandos.
Jonathan é um dos meus autores contemporaneos preferidos, tendo editado Occupying Architecture, Illigal Architect e Architecture: the subject is matter.
e como tema tanto da palestra como do seminário, Jonathan trouxe a questão da complicada e tantas vezes antagônica relação entre arquitetura e os elementos. Coincidentemente o termo em inglês (weathering) faz uma ponte direta com a palavra “tempo”, weather significando o clima, os elementos, e weathering, no gerundio, o gradativo envelhecimento, a passagem do tempo.
usando a casa Farnsworth de Mies (na foto acima, inundada no último verão)e o Upper Lawn Pavillion de Allisson and Peter Smithon como exemplos, Jonathan levantou a idéia de que Mies e os Smithons, modernistas de carteirinha, tinham plena consciência da passagem do tempo e da necessária submição aos elementos. Mies sabia que no verão a casa seria quente com tanto vidro, e no inverno fria, com gelo formando no lado de dentro. E os Smithons, líderes que foram do movimento brutalista, investiam na questão do envelhecimento da arquitetura, as marcas da água caindo, o escurecimento do concreto, a madeira perdendo o marron e se tornando acinzentada, e assim por diante.
o argumento principal de é de que devemos retomar, a partir da disciplina, o diálogo entre a arquitetura e o tempo (tanto envelhecimento, passagem quanto clima, elementos) para que a arquitetura retome sua função significativa.
em resumo, Jonathan Hill faz uma elegante e elaborada defesa da sustentabilidade, entendida pela questão da intencionalidade, o disegno que ele sempre nos faz relembrar.
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