na rotina acadêmica as conferências vão ficando muito parecidas umas com as outras e nem sempre são muito produtivas ou provocantes. Mas os últimos dois dias na University of Florida reforçaram a minha certeza de que elas são importantes e quando bem montadas são uma oportunidade fundamental para a troca e a disseminação de idéias.
com tantos amigos presentes (Vicente Del Rio, Monica Haddad, Clara Irazabal) era grande a tentação de ficar nos corredores, mas as sessões montadas pela equipe de Joseli Macedo (que eu adorei conhecer e faz um trabalho exemplar na U Florida) me seguraram e eu fiquei ligado em várias apreentações. Ann Varley da UCL-London fez um ótimo arrazoado conceitual sobre os exageros envolvendo os trabalhos sobre favelas atualmente no mundo. Viviane Frost da CDHU-SP mostrou um belíssimo trabalho na vila Pantanal cujos dados significativos da redução da criminalidade batem com os da Prefeitura de BH no aglomerado da serra.
é também louvável a iniciativa do grupo Terra Nova que trabalha a regularização fundiária fazendo negociação direta entre os antigos proprietários e os ocupantes de áreas urbanas irregulares. Eu tenho várias restrições ao argumento de Hernando de Soto de que o título de propriedade gera inserção econômica, ou alguém acha que as Casas Bahia vão baixar os juros embutidos se o comprador mostrar a escritura do barraco?
mas o trabalho do Terra Nova tem vários benefícios, ajuda a comunidade a se organizar, dá ao morador a idéia de que ele pode resolver o problema por si mesmo, sem depender do governo e abre canais com o poder judiciário para uma camada da população que nem sonha em entrar com uma ação de regularização quanto mais conseguir o registro legal do imóvel.
a nota baixa ficou para Saskia Sassen e Alan Gilbert que fizeram duas das palestras principais com boas apresentações mas sem trazer nada de novo. E a decepção da conferência foi o outro keynote speaker, nosso curitibano Jaime Lerner. Com imagens arquitetônicas mal desenvolvidas e um discurso cheio de chavões parecendo auto-ajuda, Lerner foi embaraçoso e ainda cantou até rap no final, parecia que estava falando para adolescentes de Curitiba. Mas Lerner é um mito e mitos atuam em um outro plano, que o diga Niemeyer, nosso mito maior.
e pra fechar dois dias muito bem aproveitados a Hertz me deu um Toyota Prius pra dirigir entre o aeroporto de Orlando e o campus em Gainesville. A maquininha híbrida de dois motores, um a gasolina e um elétrico é mesmo genial. Silencioso, preciso, confortável e muito, mas muito econômico. No total eu rodei mais de 430km, quase sempre a 120 por hora, e o Prius consumiu 15.2 litros de gasolina, ou seja, fez mais de 28 km por litro de gasolina!
Friday, January 30, 2009
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment