este ano eu mudei de emprego e de casas (notar o plural) e o parede mudou também: ficou bilingue e sai quase sempre as segundas-feiras.
enquanto saio de circulação para recarregar as baterias deixo aqui minha seleção de 2009 e uma imagem que para mim resume o que foi esse ano de crise: o Brasil como jogador de pes, e a mesa em Copenhagen juntando Lula, Obama, Wen Jiabao, e Manmohan Singh diz tudo. Se existe um grupo que vai se tornar cada vez mais hegemônico caso continuem trabalhando juntos é esse aí.
2009 pra mim foi o ano em que o Brasil entrou no jogo pra valer.
p.s. em 23 de dezembro, minha análise corroborada aqui e aqui
while this blogger will take 2-weeks of much needed vacation I leave a selection of posts here that summarize 2009, the year in which we changed jobs, cities and the format of this blog.
but in this year of crisis in which so many things were unresolved I want to call attention to this image because 2009 was the year in which Brazil became a de facto global player.
nunca achei que ia escrever isso mas Jose Serra tem razão, ainda que parcialmente, quando diz que a população tem uma parcela de culpa pelas enchentes. Só que o problema maior não é o lixo nos córregos, ou se fosse o Tietê não teria trasbordado (ou alguém acredita que é possível atravessar 8 pistas de carros a 90km/h para jogar fora um saco de lixo?)
a culpa de cada um de nós está no quintal. No meu, no seu, no de todo mundo. Na medida em que impermeabilizamos toda (ou quase toda) a area das nossas propriedades urbanas, estamos lançando uma quantidade enorme de água no sistema público que invariavelmente descarrega no Tietê.
vejamos os números:uma chuva como a do dia 4 de dezembro jogou 77mm de água sobre toda a cidade.Isso significa 23 mil litros por lote de 300m2 ou 770 mil litros por quarteirão de 1 hectare (10.000m2). Para segurar essa água toda cada quarteirão da cidade precisaria de um piscinão de 770m3 ouum lote inteiro de 12 x 30 m por 2 m de profundidade. Mais pode ser lido aqui.
em resumo,Serra tem razão ao apontar a responsabilidade individual mas erra grosseiramente ao apontar para o lixo nos córregos, culpando apenas as populações mais pobres que vivem nas beiras dos cursos d’água, quando a culpa é de todos, principalmente dos que pavimentaram a totalidade de seus quintais.
I never thought I would write this but Jose Serra, governor of São Paulo hassome reason when he says that the population is partially to blame by urban flooding. But he is absolutely wrong on blaming only garbage dumped into streams when the problem is low permeability because we pave everything, sending enormous amounts of water into the public system.
let’s see the numbers: when 77 mm of rain falls on the city (as happened onDecember 4th) we get 23.000 liters for an average lot of 300m2 or 770.000 liters for a regular block of 1 hectare. To hold all that water each block of the city would need a reservoir of 770m3 or an entire lot of 30 x 12 m x 2m deep. More here.
in summary, Serra is correct to point towards individual responsibility but comes, again, quite elitist when he blames only the poor who live by the waterways when the responsibility falls on everybody, mainly those who paved the totality of property.
a selvageria ontem em Curitiba fica ainda mais horrorosa quando se pensa na cidade “verde”, civilizada e planejada de Lerner, tão celebrada no Paraná e no exterior. Como na música de Caetano, alguma coisa está fora da ordem. Hoje apareceram nos jornais e nos blogs vários relatos de que a relação entre a elite paranaense e a população não vai muito bem (aqui). Curitiba revelou ontem uma fúria inesperada, as imagens tem algo de primitivo combinado com um discurso fascista.
enquanto isso o Rio de Janeiro explodia numa alegria tripla (quádrupla se contarmos a volta do Vasco).Parabéns ao Rio de todas as cores, torço para que os cariocas aproveitem esse momento único de alegria para retomar pouco a pouco sua cidade.
e torço também para que os críticos da autocracia e do autoritarismo curitibano sejam ouvidos. Os hooligans do Coritiba podem ter prestado, de forma criminosa, um favor a cidade.
voltei da Coréia do Sul com o concurso na cabeça, claro, e escrevi três posts diferentes que foram rejeitados por diversas razões. Acabei resolvendo que seria melhor me expressar pelo desenho, assim evito indiscrições ou deslumbramentos de qualquer natureza.
as imagens abaixo (contexto + três finalistas: Rogers, Lee, Park) dão um resumo da minha leitura e indicam a direção de algumas das principais conversas entre os membros do júri. O resultado final pode ser lido aqui e não cabe a mim neste momento esmiuçar nenhum dos argumentos mas sim registrar a intensidade e a pluralidade das propostas e dos debates.
o resto fica por conta da imaginação de vocês até que possamos conversar a respeito numa mesa de bar.
o contexto / the site
Seung Hong Park
Richard Rogers
Sang Leem Lee
I came back from Korea thinking about the competition and wrote three different posts, all rejected. Instead I decided to use my analytical drawings to avoid indiscretions or infatuations of any nature.
the images above (site + three finalists: Rogers, Lee, Park ) summarize my analysis and indicate the route of some juri conversations. The final results can be read here and I think I should not elaborate any of the arguments but indeed register the intensity and the plurality of the proposals and the subsequent debates.
everything else belongs to your imagination until we can discuss it personally over good food and drinks.
como bem me lembrou Jaepil Choi, a Coréia fica exatamente do outro lado do mundo em relação ao Brasil, ou seja, estou literalmente no ponto mais distante do planeta e fico aqui até a quarta feira fazendo parte deste juri fantástico para escolher um entre estes arquitetos mais fantásticos ainda.
mas não posso deixar de anotar a expansão do curso d’água Cheonggye. Como já escrevi aqui há 3 anos, Cheonggye era mais um rio urbano canalizado e enterrado até que o atual presidente da Coréia do Sul, na época prefeito de Seoul resolveu quebrar uma via expressa elevada para abrir e recuperar o riozinho que agora é um parque linear, e cuja expansão a jusante é a manchete do jornal de hoje por aqui.
enquanto isso no México, na Inglaterra e no Brasil as manchetes são as enchentes causadas pelo péssimo tratamento dado às águas.
update nov 24: dois textos meus publicados esta semana na blogosfera, no blog do sarj e no arqbacana.
as reminded by Jaepil Choi South Korea is exactly opposite to Brazil, which means I could not be further away. Until Wednesday I am here as part of an amazing juri to chose one between those even more amazing architects.
what I can’t help but notice is the expansion of the Cheonggye stream. As I wrote here 3 years ago Cheonggye was a buried river when the current president of South Korea (at that time mayor of Seoul) decided to demolish an elevated highway to open and regenerate the small river which is now a linear park crossing the city. Its expansion is the main headline of the paper this morning.
meanwhile in Mexico, England or in Brazil the headlines are the flooding caused by mistreating urban waters
na mesma semana em que alunos brutamontes de uma universidade desastrada trouxeram a tona o direito das mulheres de fazer da vida delas o que bem entender, a colega juliana m. puxou minha orelha, e com razão.
depois de escrever 3 posts sobre a invisibilidade das mulheres arquitetas eu organizei uma exposição de arquitetura mineira na coréia e lá constavam apenas 2 moças entre 14 rapazes.
o problema é sério. O trabalho das mulheres tende a ser invisível e é preciso esforço para mudar esse quadro. No meu caso, deliberadamente tentei encontrar obras projetadas por mulheres em Minas e discutí várias vezes, comigo mesmo e com colegas, se cromossomos XX ou XY era critério válido para a seleção.
acho que dá pra concordar que da mesma forma que é absurdo excluir por causa do gênero também não se justifica escolher alguém pelo mesmo motivo apenas. Mas como nas boas políticas de inclusão, é importante estar atento para a questão, no nosso caso buscar dar visibilidade a mulheres arquitetas e seus trabalhos excepcionais.
então aqui vai minha contribuição nesse sentido. Não ví nada da grande mídia brasileira (o que comprova minha tese da invisibilidade) mas nas últimas semanas a Profa. Raquel Rolnik, da FAUUSP, esteve viajando pelos EUA como observadora da ONU, com a missão de entender o problema habitacional deste que é o país mais rico do planeta. As conclusões (bem como a hostilidade de parte da imprensa Americana) são estarrecedoras.
vale seguir aqui, aqui e aqui o fantastico trabalho da Profa. Rolnik que merece toda visibilidade possível.
in the same week when hooligans in a second-rate university in São Paulo brought to the forefront the old issue of women’s right to do whatever they want with their bodies my blog colleague Juliana M blasted me, and for a reason.
after writing 3 posts on the invisibility of women architects I organized anexhibition of Brazilian architecture in Korea with only 2 young women and 14 men consisted. The issue is serious to me and if the work of women tend to be invisible we need to make an extra effort to change this picture. In this case I deliberately tried to find exemplary designs by women architects ofMinas Gerais and discussed with others if chromosomes XX or XY were valid criterion for the selection. I think we can agree that in the same way that is nonsense to exclude somebody because of gender it is also not the best idea to choose someone for gender reasons only.
but as in the best affirmative action polocies it is important to be aware of the issue, in our case to make visibility the fantastic work of many women architects.
so here is my contribution in this direction: the big Brazilian media did not report but in the last 3 weeks Prof. Raquel Rolnik from the University ofSão Paulo School of Architecture was travelling around the U.S.A. as observer to the UN, to report on the striking housing troubles of the richest society in our planet.
the conclusions (as well as the hostility of part of the American press) are scary.
one can check here, here and here the fantastic work of the Prof. Rolnik that deserves as much visibility as possible.
Fernando Maculan e Rafael Yanni, Beco São Vicente, aglomerado da Serra
esta semana em Daejeon na Coréia do Sul a novíssima arquitetura mineira está em exposição. Com curadoria minha e de Carlos Teixeira, a mostra inclui:
Arquitetos Associados - Carlos Alberto Maciel, Bruno Santa Cecília, André Prado, Alexandre Brasil e Paula Zasnicoff.
Horizontes - Marcelo Palhares, Gabriel Velloso e Luiz Felipe Farias
Carlos Teixeira BCMF - Bruno Campos, Silvio Todeschi e Marcelo Fontes Adriano Matos Correa Paulo Waisberg e Clarissa Neves Studio Toró - Fernando Lara Humberto Hermeto Fernando Maculan
this week we are exhibiting the newest architecture of Minas Gerais in Daejeon, South Korea. The show was curated by myself and Carlos Teixeira and includes the architects listed above.
Carlos Teixeira e grupo Armatrux,Invento para Leonardo, foto C. Teixeira.
Horizontes Arquitetura + Fernando Lara, Espaços residuais públicos na Pedreira Prado Lopes.
passei a semana com dois livros no criado-mudo que fazem bastante sentido juntos. Crude World: the violent twilight of oil escrito por Peter Mass e Traffic : why we drive the way we do (and what it says about us)por Tom Vanderbilt.
em Crude World (o título já é ótimo) Mass faz um retrato do rastro de destruição deixado pela industria do petróleo, do Alaska ao Equador passando pela Nigéria, pela Russia e é claro pelo Oriente Médio. Por todo lado a regra é o aumento da corrupção e da violência associado diretamente à descoberta de petróleo (a única exceção sendo a Noruega).
não sendo uma indústria que gera empregos na mesma escala do investimento inicial, a exploração de petróleo gravita em torno de um grupo limitado de “oilmen” cuja principal função produtiva é conseguir contratos de exploração a qualquer custo. E qualquer custo significa sustentar a família real saudita, os oligarcas russos ou chefes tribais nigerianos. E mesmo na ausência de corrupção e repressão o fluxo de capital do petróleo infla artificialmente a moeda local causando aos poucos o asfixiamento da industria pela dificuldade de exportação e facilidade de importação de bens de consumo e manufaturados.
em Traffic a questão é a demanda e não a oferta de gasolina e outros derivados. O século XX vaiprovavelmente ficar na história como uma época em que a parte mais rica da humanidade se isolava por horas a fio dentro de caixas móveis de lata para vencer uma necessidade muitas vezes artificial de deslocamento. Nosso deslumbramento com o automóvel é o mais poderoso motor da dependência em petróleo cuja brutalidade é retratada por Mass.O livro de Vanderbilt explora bastante as transformaçõescognitivas e psicológicas do ato de dirigir e sua influência nas relações humanas. Vanderbilt tem ainda um blog que vale a pena visitar pela variedade dos assuntos tratados.
do lado da demanda cabe ressaltar que o automóvel como solução de transporte de massa é absolutamente insustentável mas infelizmente continuamos a construir (e destruir) cidades para eles. Do lado da oferta, cabe uma nota de preocupação com toda essa euforia do pré-sal. Sermos independentes em energia é sem dúvida importante, mas a energia do futuro não vem de fósseis cozinhados no fundo do mar. Pior ainda, reservas abundantes de petróleo são na grande maioria das vezes uma maldição e não uma benção.
dado que podemos escolher que cidade queremos e que modelo econômico queremos (e lutar por eles) há de se ficar muito atento. A distância conceitual (e real) entre a Noruega e a Rússia não é assim tão grande.
I spent the week with two different books on related topics. Crude World: the violent twilight of oil writing by Peter Mass and Traffic: why we drive the way we of (and what it says about US), by Tone Vanderbilt.
in Crude World (the title is in itself excellent) Mass follows the path of destruction left by the oil industry, from Alaska to Ecuador passing by Nigéria, Russia and of course the Middle East.
everywhere the rule is an increase of on corruption and violence associated directly with the oil discoveries (the only exception being Norway). Not being an industry that generates jobs in the same scale of the initial investment, the exploration of oil gravitates around a limited group of “oilmen” whose main goal is to obtain exploration contracts at any cost.And by any cost he means supporting the Saudi royalty, the Russian oligarchs or Nigerians warlords. And even in the absence of corruption and repression the flow of capital from oil artificially inflates the local currency, causing to the slow death of local industry by making exports expensive and imports cheap.
in Traffic the question is on the demand side of our oil addiction. The 20thcentury will probably be known in history as a time in which the richest half of mankind isolated itself for hours each day inside metallic boxes to deal with an artificial need of dislocation. Our infatuation with the automobile is the most powerful engine of our addiction to oil whose brutality is well portrayed by Mass. Vanderbilt’s Traffic explores the cognitive and psychological transformations in the act of driving and its influence in all other human relations. Vanderbilt also has a blog that worth visiting for the variety of subjects discussed.
on the side of demand we know that the automobile as solution for mass transportation is absolutely unsustainable but unfortunately we continue to build (and destroy) cities for them.
of the side of supply, I am getting more and more concerned with all this euphoria with the Brazilian oil reserves. To be independent in energy is no doubt important, but the energy of the future does not come from fossils cooked in the depths of the sea. Worse still, abundant reserves of oil are almost always a curse and not a blessing.
given our ability to envision what city and what economy we want in the near future it is not too late to recall that the conceptual (as well as the real) distance between Norway and Russia it is not that big.
domingo é dia de futebol. Estádio cheio, time com chances no campeonato. Os primeiros 30 min são um baile, o time abre 2 a zero e parece que vai golear. Depois vem o apagão, o outro faz um e logo depois empata. Aí aparece a diferença. Na casa do adversário o time de verdade busca forças e faz o terceiro pra continuar vivo na briga. O outro time, trocando o azul pelo amarelo, leva o gol da virada dentro de casa. E vão ter de torcer muito pra nós no próximo domingo.
Ricky Burdett esteve aqui em Austin essa semana e fez uma palestra bastante provocativa. Com metade da população mundial vivendo em cidades (3 bilhões de pessoas), 33 % destes em favelas (1 bilhão), não há sustentabilidade ambiental sem sustentabilidade social nem vice-versa.
no caso brasileiro, por mais que estejamos investindo pesadamente em melhorias nas áreas mais carentes podemos estar perdendo uma oportunidade única para pensar um modelo de desenvolvimento (e consequentemente de cidade) para a segunda metade do século XXI.
foi isso que tentei falar no Projetar, sobre a responsabilidade das escolas de arquitetura em antecipar a cidade do futuro. As crianças que nascem hoje vão começar a vida adulta em 2030 com uma população mundial em torno de 8 bilhões, energia mais cara e água mais rara. Que cidade vai estar se desenhando pra elas?
em duas décadas no ritmo atual o Brasil vai ter alcançado significativos aumentos de escolaridade, renda média, consumo e expectativa de vida. Mas e as cidades onde vivem 80% dos brasileiros? Como estarão em 2030? Desculpe a franqueza mas esse problema é todo nosso e mais do mesmo não vai nos levar a lugar nenhum.
Ricky Burdett was in Austin this week where he delivered a quite provocative lecture. With half the world population living in cities (3 billion people), 33% of these in slum quarters (1 billion), we just cannot have environmental sustainability without social sustainability and vice versa.
in the Brazilian case, no matter much we invest in improvements in the most vulnerable areas, we can be losing an unique opportunity to rethink the model of development (and therefore the city) for the second half of the 21st century.
that’s what I tried to say at Projetar, on the responsibility of schools of architecture in anticipating the city of the future. The children born today will start their adult life in 2030 with a planetary population around 8 billion, energy more expensive and water more rare. Which city will be there for them?
in two decades with the current growth Brazil will achieve significant increases in education, income, consumption and life expectancy. But what about the cities where 80% of us live? How they will be in 2030? Forgive my bluntness but this problem is all ours and more of the same will not take us anywhere.
foi uma maratona, mais de 24 horas em aviões para 60 em terra, mas valeu a pena. O IV seminário Projetar organizado pela Ruth Verde Zein na Mackenzie foi um tremendo sucesso. Criado em Natal, RN, em 2003 sob a liderança de Sonia Marques o Projetar chega a sua 4a. edição consolidando-se como forum de discussão do ensino e da prática do projeto de arquitetura e urbanismo no Brasil. Se a pesquisa e a pós-graduação em AU comecaram pelas beiradas, ou seja, pela sociologia, pela história e pela tecnologia, o Projetar e sua meia irmã ANPARQ marcam a definição de um eixo central da disciplina. Afinal de contas, o que define a arquitetura é sua capacidade propositiva, projetiva.
por isso fiquei tão feliz com o convite da Ruth e adorei ter estado em São Paulo (com tantos amigos queridos) nesses três intensos dias.
mas não posso deixar de anotar aqui que enquanto eu voava de volta pro Texas uma parte significativa do que de melhor o Brasil criou nos anos 60 e 70 queimava no Rio de Janeiro. O acervo de Hélio Oiticica, abrigado na casa da família, virou fumaça. Ainda estou digerindo a dimensão da perda e revendo as várias disputas em torno da obra do artista, mas dá pra começar a entender que uma mistura de ganância de descaso já fazia desta uma tragédia anunciada.
it was a marathon, more than 24 hours in airplanes for 60 on land, but it was worth it. The IV Projetar congress organized by Ruth Verde Zein at Mackenzie University was a tremendous success. Created in Natal, RN, in 2003, under the leadership of Sonia Marques, the Projetar Congress reaches its 4th edition consolidated as a forum for discussing design in Brazil.
if the research in architecture started from the periphery, that is: sociology, history and technology, the Projetar Congress and its half sister ANPARQ mark the definition of a central axis for the discipline. Besides, what defines architecture is its propositive capacity: the act of designing.
that’s why I was so happy with Ruth’s invitation and loved the chance to be in São Paulo (with many dear friends) during three intense days.
but I cannot avoid noting that while I was flying back to Texas a significant part of the best Brazilian art of the1960s and 70s was burning in Rio De Janeiro. The archives of Helio Oiticica, stored in his family house, turned to smoke. I am still digesting the dimension of the loss and reading about the disputes around the control of his estate but it seems that a mix of indifference and greed made this one an announced (and surely avoidable) tragedy.
arquiteto, professor da University of Texas at Austin, EUA, pesquisador de Arquitetura Brasileira com enfase na disseminacao do chamado Movimento Moderno.