a entrevista do Peñalosa no New York Times me fez pensar nas calçadas como expressão mesma do valor que damos à democracia, ou na expressão do ex-prefeito de Bogotá, ao espaço democrático por excelência.
a foto acima foi
ou ainda na conversa do post anterior sobre a influência de New York como modelo para tantas outras cidades. Acontece que quando Detroit por exemplo estava fazendo tudo para facilitar a vida dos carros, New York apostou na densidade e na criatividade que emana dos encontros fortuitos entre as pessoas.
e esses encontros só acontecem nas calçadas.
e daí vem a minha pergunta, qual o modelo de cidade substituirá NY nas próximas décadas? qual cidade está construindo agora as calçadas que a tornarão referência do século XXI?
12 comments:
Poxa, eu acho Barcelona é um ótimo exemplo. Existe praticamente 3 faixas de calçada. Uma para as árvores e algumas caixas para o lixo. Alguns dos espacios vazios entre as árvores ainda pode servir para estacionar motos. Depois uma faixa de "rolagem" para os pedestres, digamos assim, e a faixa perto dos edifícios, que te protege da chuva ou Sol graças as varandas junto a calçada. A medida varia entre 5 a 10 metros de calçada. Eu acho excelente.
Aqui em São Paulo recentemente foi divulgado um programa para requalificar as calçadas. Alguns quilômetros já foram substituídos. Aquele ladrilho hidraulico preto e branco com o formato do estado de SP deu lugar a piso intertravado. Junto foi lançado um guia ilustrado para dimensionamento correto, detalhes de pisos, acessibilidade, etc.
O problema é que quando a prefeitura não faz as burradas como a da Av. Paulista, os cidadãos também não ajudam. Eu tô para comentar no meu blog da calçada do Mackenzie na Rua da Consolação. Na entrada por onde passa a maior parte dos 30.000 alunos do campus existe só 1,20 de calçada, porque há bem na frente um recuo na faixa da rua para os carros pararem. É indecente.
Eu sempre pesno em escrever sobre isso. A calçdas de Bh. A dificuldade de ser pedestre aqui. Os cruzamentos, a loucrua dos tempos semafóricos. Eu concordo plenamente com a tese calçadas-expressão de democracia. é sobre a forma de como quem anda a pé é considerado no brasil. essa é a questão da visão do poder público a respeito de quem tem direitos civis -que vira quem tem poder aquisitivo. para a administração municipal de bh é só quem tem carro é cidadão. e a forma de cuidar da cidade expressa isso e joga isso na cara das pessoas. aqui o pedestre, que só tem seu corpo contra chuva, sol e qualquer violência é sempre quem espera. para que o trânsito possa fluir. acho imoral. e as calçadas feitas prá espantar pessoas, porque pessoas ficando nelas, dormindo nelas ninguém quer. não sei qual a relação de causa efeito ainda disso , mas tudo acaba por criar um moto contínuo de agressividade urbana.
Gente, pra quem não sabe hoje, dia 14, é aniversário do Fernando! Parabéns!!!!!! Muitas felicidades! Beijo!
Enrique Peñalosa, prefeito de Bogotá, Colômbia, andou falando sobre a importância das calçadas no planejamento urbano e a relação da importância delas com a democracia. Postei uma parte da entrevista no meu blog: http://arqsite.blogspot.com/.
abraço e parabéns Fernando
Parabens atrasado Fernando. Saude, paz e felicidade...
obrigado amigos pelos abracos carinhosos,
passei o final de semana trablahando pra burro mas agora depois da apresentacao na PBH (ver post de hoje) prometo voltar a blogosfera.
Fernando
Pois é. Em Belo Horizonte, como em muitas cidades, prioriza o veículo.
Com a construção da Linha Verde, inúmeros viadutos foram erguidos, e não foi projetado nada para a área embaixo deles.
Hodiernamente são ocupadas por sem-teto ou transformam-sem em estacionamentos. Alguns explorados por flanelinhas que cobram, no mínimo, cinco Reais.
Em São Paulo, por exemplo, fizeram quadras de basquete e, em Belo Horizonte, o Escritório de Integração do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC propos a construção de moradias populares (no blog da "REVISTA CRISE [!]", nos links http://revistacrise.blogspot.com/2006/10/thinking-about-urban-viaduct-areas-and.html e http://revistacrise.blogspot.com/2006/10/viadutos-urbanos-que-ser-que-se.html vocês encontram mais informações). Vetado pela Prefeitura.
Abraços,
Marcão.
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