Thursday, July 31, 2008
sempre vanguarda
colocar na internet, disponível para todo mundo, o conteúdo integral das revistas Vão Livre e Pampulha (1979-83), documentos fundamentais para se entender a arquitetura brasileira dos anos 80.
o link é este, breve todas as publicações da AP estarão disponíveis. Sylvio e Gabi tem um histório respeitável de publicações de arquitetura e continuam empolgados.
uma vez vanguarda, sempre vanguarda.
Monday, July 28, 2008
luto
sua lucidez e seu rigor vão fazer muita falta.
Friday, July 25, 2008
lições teóricas e práticas de sustentabilidade
começo voltando aos anos 60 e 70 quando teoria era assunto de projeto, não de história, e repasso as mudanças dos anos 80, época em que a arquitetura se lançou numa aventura pós-estruturalista de validar o discurso acima de qualquer coisa, jogando a pesquisa empírica pra escanteio e com ela a pesquisa sobre e através do projeto.
e isso se deu muito também por culpa dos projetistas teóricos dos anos 60 e 70 (Christopher Alexander era um deles) que pretenderam cientificisar e sistematizar o processo criativo. Em busca da famosa “caixa transparente” desprezaram o poder criativo da arquitetura, menosprezaram a experimentação e quiseram mudar o modelo de ensino baseado no studio (atelier) pelo lado de fora, sem participar seriamente dele.
acontece que na minha visão o studio/atelier é a parte mais fundamental do ensino de arquitetura. Em Oxford todo mundo com menos de 40 anos concordava com isso e quase todo mundo com mais de 50 mostrava uma dificuldade enorme em perceber que a pesquisa científica pode e deve ser jogada dentro do studio para apoiar em sólidas fundações o processo criativo. Isto na minha opinião é o que de melhor a pesquisa pode oferecer ao studio, ensinar aos alunos os rudimentos da linguagem da pesquisa para que eles possam 1) se basear em informações menos fantasiosas que o discurso pós-estruturalista e 2) desenvolver uma possibilidade de diálogo com outras disciplinas que não apenas as humanidades.
pensar é fundamental mas e ensinar a pensar é uma das mais importantes funções da universidade mas não basta, é preciso saber mais sobre o fazer e incorporar o fazer na nossa investigação espacial de studio/atelier.
foi mais ou menos isso que apresentei ressaltando que a urgência das mudanças climáticas nos dá uma oportunidade de ouro para que a pesquisa se incorpore ao ensino de arquitetura e também para que a profissão reconquiste seu papel social que anda bem esgarçado depois da pós-modernidade.
mas para mim, no meio de tantas excelentes conversas sobre o futuro do ensino de arquitetura, ficou uma humilde lição de sustentabilidade. Como minha mala nunca chegou a Oxford, tive de me virar com o mínimo possível nesses 3 dias. Uma camisa, 2 cuecas e 2 meias foi tudo que comprei na caríssima Inglaterra, além de escova de dentes e lâmina de barbear. Os confortos fizeram falta falta: a câmera ficou sem bateria e a corrida pelos lindos gramados ingleses ficou pra uma outra vez. Mas que podemos viver com muito menos, ah podemos.
Wednesday, July 23, 2008
the oxford debate
o debate que abriu a conferência de Oxford foi curioso, talvez até inusitado eu diria.
a provocação inicial (a pratica da arquitetura estaria melhor com ou sem escolas?) foi apresentada por Peter Buchanan com argumentos interessantes: excesso de teorização pós-estruturalista, deficiência da capacidade de desenho, pouco conhecimento tecnológico e por aí vai, nós sabamos de cor os defeitos do ensino contemporâneo.
mas a resposta de Peter Cook em defesa das escolas foi muito mais sofisticada: a começar pela criação das instituições de ensino no final da idade média passando pelos avanços que a sistematização do conhecimento trouxe para a humanidade.
e Jeremy Till deu o golpe de misericórdia ao perguntar: se não tivermos escolas de arquitetura teremos o quê? Corporações de ofício formando aprendizes? Isto seria voltar ao tempo em que havia apenas treinamento, educação é outra coisa, implica questionar, pensar.
mas ao longo do dia de ontem as críticas voltaram a recair sobre o ensino atual. Christopher Alexander abriu o dia com uma apresentação péssima, mal articulada, mal pensada. De que planeta veio esse cara e como ele conseguiu ser tão influente sendo tão confuso?
Richard Lorch fez na miha sessão uma brilhante defesa da necessidade de se trazer a pesquisa pra próximo do ensino de graduação para que os arquitetos possam ter um diálogo melhor com os outros profissionais da construção.
e o dia acabou com uma recepção oferecida pelo príncipe de Gales em que foi lido um texto dele mesmo, o Charles, defendendo uma volta aos valores tradicionais como forma de enfrentar os desafios do aquecimento global.
em resumo, a velha geração está tao encastelada em suas velhas e desgastadas verdades que não consegue nem perceber a velocidade com que as coisas mudaram nos últimos anos.
Monday, July 21, 2008
escolas pra que?
a cidade eh simpaticissima, colleges medievais com mais densidade que o normal, ruas cheias de gente passeando a pe e de bicicleta e aquela contramao traicoeira (desculpem a falta do cedilha e dos acentos).
mas hoje a noite ja volto aos temas arquitetonicos com um debate bem ao gosto britanico:
Sir Peter Cook,Jeremy Till, Robert Adam,e Peter Buchanan discutindo se a Arquitetura estaria melhor com ou sem escolas de arquitetura.
adorei a provocacao e se der tempo ja reporto amanha como foi a conversa.
ps: eu nao dou sorte com Portugal mesmo. Desta vez fiquei so no aeroporto e achei que estava indo tudo bem ate chegar em Londres e perceber que minha mala ficou passeando em Lisboa.....
Thursday, July 10, 2008
férias
prometo dar mais notícias direto da conferência mas até lá vale a pena dar uma olhada no texto com as recomendações escrito quando da conferência de 1958.
da minha parte, vou estar fazendo uma provocação no seguinte sentido: o imperativo da sustentabilidade me parece ser a última chance de costurarmos pesquisa e projeto no ensino de arquitetura.
até breve,
Sunday, July 6, 2008
vende-se sapato apertado
no sábado de manhã lá fui eu na loja da Samello no Diamond Mall trocar um sapato que ganhei de aniversário e que infelizmente ficou um pouco apertado, eu sou daqueles que tem um pé as vezes 40, as vezes 41.
e logo pra me receber estava a placa acima: não trocamos mercadoria. Indignado, fui discorrendo sobre o desrespeito ao consumidor e principalmente ao código que rege as relações de consumo e a vendedora meio atordoada foi lá dentro e voltou com a seguinte pérola:
mesmo que o meu gerente autorize a troca nós não temos nada na loja com o número 41 que o Sr. precisa.
era o que faltava: uma loja da Samello que não tem nenhum, repito: NENHUM calçado de tamanho 41.
só me resta então vender o tal sapato apertado na internet.
alguém se interessa?