ontem a turma do Brazil Studio ( eu + 12 alunos de Michigan) subiu o morro com o pessoal da Urbel (Prefeitura de Belo Horizonte) e os colegas da Ryerson University em Toronto que estão trabalhando com a gente esta semana.
de todas as questões levantadas pelos assentamentos informais que comumente chamamos de favela está uma questão que diz respeito ao processo de projeto como conhecemos. No processo tradicional ensinado nas nossas escolas e usado pela absoluta maioria dos arquitetos, a espacialidade sempre antecede a materialidade. Em outras palavras, geralmente concebemos o espaço como uma abstração e só depois definimos com precisão os materiais que o tornarão realidade. Mesmo que a espacialidade seja pensada a partir de possíveis materiais e técnicas construtivas, o desenvolvimento se dá em seqüência, primeiro o espaço e só depois a matéria.
na favela, o processo seria exatamente o contrário. Primeiro vem a materialidade: uma porta, três janelas, dez sacos de cimento, mil tijolos. Depois vem a concepção espacial que vai servir a esta materialidade presente.
a precariedade das favelas demonstra que a falta de planejamento tem graves conseqüências e há de se tomar cuidado coma idealização ou romantização dos processos auto-construtivos.
mas será que não temos um pouco a aprender sobre desperdício e sustentabilidade com este processo inverso em que a materialidade antecede a espacialidade?
6 comments:
Olá,
faça também o encontro dos blogueiros arquitetos cervejeiros de belzonte, uai;)
abraços
Imagina o cliente entrando no seu escritório e dizendo:
- Ole, tenho 4 janelas, 5 portas, "x" tijolos e equipamentos para um banheiro. Você consegue fazer uma casa com isso?
Isso seria interessante.
Juliana,
ótima idéia, que tal marcarmos algo ainda em junho?
Ricardo, seria um bom exercício, não?
abraços,
Fernando
Sò marcar;)
Pensei nisso outro dia, em mais um capitulo do meu épico a procura de um apartamento aqui em SP. Com aquela mesma área, aquela mesma quantidade de paredes, daria pra fazer apartamentos beeem melhores. Lástima.
Alberto,
você acabou de inventar um ótimo exercício para as nossas escolas: com a mesma quantidade de parede, portas, azulejos e porcelanatos criar um apartamento muito melhor!!!
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