Monday, September 28, 2009

dan phillips



não é segredo para ninguém que as sustentabilidades (no plural, a sustentabilidade ambiental e a sustentabilidade social) me interessam. Difícil é conjugar as duas fazendo arquitetura. Samuel Mockbee e Teddy Cruz são exemplares na sustentabilidade social mas nem tanto na ambiental. Os avanços tecnológicos que permitem a um edifício gastar menos energia são ainda caros e proibitivos para a população de baixa renda.

mas conjugando reciclagem com mão de obra barata e auto-construção um maluco aqui no Texas está provando que a difícil equação acima descrita pode ser resolvida. Dan Phillips constrói e vende para a população de baixa renda da região de Houston casas que custam cerca de 20, 30 mil dólares (a mais barata até hoje custou 18k), preço de um bom carro novo. Esse valor num financiamento tradicional de 30 anos daria mais ou menos 200 por mês de prestação. como ele faz isso? Recebendo doações de todo tipo de material antes que sejam jogados no lixo. Sabe aquelas pontas de madeira que não tem valor comercial? Os últimos metros quadrados de azulejo de uma remessa? Amostra grátis de carpete do ano passado? Tudo isso é usado de forma criativa e segundo o próprio Dan explicou em sua palestra aqui na semana passada ele só segue duas leis: o código de obras e a lei da gravidade, o resto ele inventa como quer.

as casas todas tem essa cara de “reino da fantasia” porque não se guiam por nenhum parâmetro estético pré-estabelecido, apenas o material disponível e a inventividade dos operários. Phillips diz que só paga salário mínimo (cerca de 1200 dólares aqui no Texas) de forma a manter baixo o custo das casas e manter o ambiente de aprendizado. Os trabalhadores deveriam poder arrumar um emprego melhor depois de alguns meses com Phillips.

funciona no Texas onde a mão de obra é bem barata,

funciona na escala de 2, 3 casas por ano.


mas será que não pode funcionar em outros lugares e em numa escala maior?

ps:veja o video encontrado por A.M. de odesproposito.



it is no secret that I am interested in sustainabilities (environmental and social sustainabilities). However is quite difficult to stitch them both together in architecture. Samuel Mockbee and Teddy Cruz are exemplary in the social side but not so much on the environment. And technological advances that allow a building to save energy are still expensive and out of reach of low income population.

but conjugating recycling with cheap labor and auto-construction someone in Texas is proving that the difficult equation mentioned above can be solved.

Dan Phillips builds and sells for low income folks around Houston houses that cost 20 to 30 thousand dollars (the cheapest to date was 18k), which with traditional 30 year mortdgage would be around 200 a month or less then most new cars. how does he do it? Receiving donations of all kinds of materials destined to landfills. Wood pieces, the last sqft of certain tiles, carpet samples. Everything is then used very creatively and according to Dan he only follows two laws: building codes and gravity besides which he does what he and the workers want.

the houses do look like story tales because they follow absolute no preset aesthetic parameter, only the material availability and the creativity of the laborers. Phillips says he pays minimum wage to keep cost low to keep the business as an apprentice workshop. Workers are encouraged to find a better job after some months with Phillips.

it works in Texas where the labor is cheap,


it works with 2, 3 houses per year.

but why can’t it work in other places and in on a larger scale?

5 comments:

Anonymous said...

Fernando parabens pelo blog, sou estudante de arquitetura e viciado em alguns blogs, o seu definitivamente é um dos meus favoritos, conheço a pouco mais de 3 semanas e já o li quase todo. Aprendo muito por aqui, obrigado... um abraço..


Arthur Medeiros.

Edgar Pereira said...

Olá Fernando. Agrada-me muito a idéia de reciclagem de materiais em edificações, tendo em vista o grande desperdício que ocorre no setor da construção civil (pelo menos no Brasil...).
Embora isso não seja exatamente uma novidade (reciclagem), a maneira como Dan Phillips a utiliza é, no mínimo, criativa. Claro que o resultado estético é, às vezes, questionável (a impressão que a primeira foto dá é a de um "patchwork"), mas, por outro lado, a "técnica" até que pode criar efeitos interessantes.
Enfim, eis uma idéia que merece ser aperfeiçoada. Só o fato de se conseguir congregar sustentabilidade ambiental, através da reciclagem, a um custo baixo, já é um feito louvável.
Quanto a funcionar em escala maior, acho perfeitamente possível, especialmente em lugares com mão-de-obra barata, e isso se encaixa perfeitamente no cenário brasileiro.
O único problema é que material de demolição, surpreendentemente (especialmente no caso de madeira de demolição) tem um alto valor, devido à elevada demanda por aqui.

Marcelo Palhares Santiago said...

Um problema de se fazer isso em larga escala é a necessidade de uma grande área de armazenamento dos materiais. Isso gera dois impactos:
1-um grande galpão/armazém por si só já é um impacto devido ao tamanho do empreendimento e ao fluxo de veículos de transporte.
2-Em áreas urbanas, a grande área de armazenamento terá um custo altissimo que aumentaria o custo. se for fora dos centros começa a criar impactos de deslocamentos...
Mas deve ter uma solução.

Fernando L Lara said...

obrigado Arthur pelo comentário.

Egdar, o preço tende a cair se o volume aumentar (veja resposta ao Marcelo abaixo).

Marcelo,

voce tem razao quanto ao armazenamento e o transporte. Mas dado que nos produzimos 500 kg (meia tonelada) de entulho por habitante por ano so em BH, acho que vale o esforço porque na verdade estamos simplesmente enterrando tudo isso (exceto aluminio e papelão cuja reciclagem é muito lucrativa).

Em Detroit existe um grupo que trabalha na "colheita" -harvast como eles chama- que vai em busca de casas a serem demolidas para recuperar tudo que ainda pode ser usado. Mas com gasolina barata (os EUA ainda não acordaram para o fim do petroleo) e galpões baratíssimos (Detroit está falida a 30 anos) fica com certeza mais fácil.

AM said...

video em:
http://www.youtube.com/watch?v=a9JkPk0CIo4