uma certa nostalgia me invade no momento em que escrevo aquele que será o ultimo post de Ann Arbor. Foram 10 anos por aqui, entre 1996 e 2000 e agora entre 2004 e 2009. No final da semana que vem vamos pra praia, depois os dois meses de sempre em BH e quando voltarmos no início de agosto estaremos de casa nova na Universidade do Texas em Austin.
tive vontade de escrever sobre o que aprendi em Michigan mas cá estou na minha sala entre pilhas de papel a serem descartados e livros a serem encaixotados. Entre tanta matéria fico pensando mesmo é no imaterial. O que vivi e aprendi em uma década aqui é difícil de traduzir em palavras, cada vez que tento terminar este parágrafo me vejo abandonando o teclado para colocar o livro X na caixa Y ou salvar um papel qualquer da sina de ser reciclado.
mas acho que existe aqui um rigor no trato da arquitetura que espero carregar comigo. Os studios funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana, de setembro a abril, direto. As longas horas na prancheta, no computador ou no corredor das reviews (CMYK para os íntimos) fazem com que tenhamos todos, alunos e professores, um compromisso com a arquitetura que eu nunca experimentei em outras escolas onde estudei ou dei aulas.
e ainda a crença de que a pesquisa e o projeto são duas faces da arquitetura, muitas vezes opostas como numa moeda mas basicamente inseparáveis.
mas acima de tudo levo comigo a lembrança de muita gente bacana com quem convivi nesses anos todos. Gente que veio daqui de perto ou da China, da Índia, da Rússia, da Tailândia, do Egito, do México, da Suíça, da Argentina, da Alemanha, da Nigéria. Gente que importa como diz nosso centenário Oscar.
ps: ainda sobre o muro em torno das favelas no Rio, porque não murar também aqui e aqui?
a certain nostalgia invades me at the moment at that I write my very last post from Ann Arbor. It has been 10 years total, 1996 - 2000 and now from 2004 until this week, when we will pack the house, take off to the beach, and arrive in Belo for 2 month there. At the beginning of August, back in the US, we will be in a new house at the University of the Texas at Austin.
I thought of writing about what I learned in Michigan but here I am, in my office, between stacks of papers to be discarded and books to be boxed. Among so much matter that doesn’t really matter, I am thinking about the immaterial that I carry with me. What I experienced and learned in one decade here is difficult to put in words, each time I try to finish this paragraph I see myself abandoning the keyboard to place some book in some box or to save a paper from the recycling bin.
I should then write about the rigorous way in which architecture is dealt with here, something that I hope to carry with me. The studios operate 24 / 7 from September to April. The long hours at the drawing board, at the computer or in the review corridor (a.k.a. CMYK) make us all, students and faculty, extremely committed to architecture in a way that I have never seen in any other school I taught before. On top of that there is the belief that research and design are two faces of the same architecture, often opposing one another as in a coin, but basically inseparable.
but above all I take with me the memories of so many people with whom I had the pleasure to work here: people from around the corner or from China, India, Russia, Thailand, Egypt, Mexico, Switzerland, Argentina, Germany, Nigéria….. people that really matter as our centennial Oscar would say.