Nós brasileiros adoramos nossa imagem de um povo bastante social e sempre que estamos no exterior reclamamos da falta que sentimos desta vida social mais intensa.
Mas quando perguntamos a 20 famílias brasileiras e 20 famílias coreanas quanto tempo cada um dos moradores passa nas áreas sociais (estar, jantar, varandas) e nas áreas privativas (quarto e banheiros), os coreanos demonstraram passar 76% mais tempo nas áreas sociais: 3hs21min para os coreanos, 2hs31min para os brasileiros. Como já expliquei em um post passado, o questionário não tem representatividade estatística mas de qualquer forma este resultado foi uma surpresa para brasileiros e coreanos participantes do Global Apartments Research Group aqui de Michigan
Poderia-se argumentar que os brasileiros passam mais tempo fora de casa, o que foi comprovado pelo questionário embora a diferença seja muito pequena, apenas 25min a menos dentro de casa por dia. Ou pior ainda, os brasileiros entrevistados passam mais tempo nos quartos 9hs21min do que os coreanos 9hs05min.
Alguém se habilita a explicar?
Wednesday, June 20, 2007
Monday, June 18, 2007
forma, conteúdo e o vira-lata
o tema é antigo, forma e conteúdo se alternando na vanguarda arquitetônica como um pendulo. No ponto máximo do lado do conteúdo a arquitetura alcança seus melhores resultados em termos de responsabilidade social e melhora a vida de muita gente, enquanto no extremo oposto do lado da forma, a arquitetura cria ícones que gravados na nossa memória se tornam referencias da evolução da humanidade.
no entanto, nenhuma boa arquitetura se faz com um ou outro apenas. nem só forma (muito bom para museus e centros culturais de todo tipo) nem só conteúdo (que geralmente produz uma arquitetura insossa apesar das melhores intenções).
por isso há de se prestar atenção aos extremos de forma e conteúdo para que possamos, espera-se, fazer nascer um espaço construído melhor do cruzamento das duas matrizes puras. Em resumo, busquemos uma arquitetura híbrida, mestiça, vira-lata na melhor acepção do termo.
e para tanto cabe abusar dos melhores puros-de-origem disponíveis no mercado. No lado da forma, não vejo ninguém melhor que Daniel Libeskind. Confesso mas uma vez que nunca fui um grande fã do excesso de ângulos e quebras mas ilustrado por Raul Smith acabei aprendendo a admirar o rigor com que Libeskind enfrenta o projeto, buscando sempre e com igual intensidade levar ao limite as possibilidades formais da sua investigação. Gostei muito do museu de Denver e não vejo a hora de visitar o Royal Ontário Museum in Toronto. No lado do conteúdo, tiro o chapéu para o trabalho que Ed Mazria tem feito junto às escolas de arquitetura e o American Institute of Architecture com seu Desafio 2030: todos os novos edifícios devem buscar como base mínima um gasto de energia 50% menor que a média de sua região ainda antes de 2010, chegando a serem carbon-neutral antes de 2030.
acredito que qualquer arquitetura significativa nas próximas décadas vai se deparar com ambos os desafios: o limite da forma e o limite do conteúdo.
a propósito, querido leitor, você sabe quanto um edifício na sua região consome de energia por metro quadrado? não? taí um numero fácil de decorar que pode fazer nossa profissão um bocado mais significativa de um dia pro outro.
no entanto, nenhuma boa arquitetura se faz com um ou outro apenas. nem só forma (muito bom para museus e centros culturais de todo tipo) nem só conteúdo (que geralmente produz uma arquitetura insossa apesar das melhores intenções).
por isso há de se prestar atenção aos extremos de forma e conteúdo para que possamos, espera-se, fazer nascer um espaço construído melhor do cruzamento das duas matrizes puras. Em resumo, busquemos uma arquitetura híbrida, mestiça, vira-lata na melhor acepção do termo.
e para tanto cabe abusar dos melhores puros-de-origem disponíveis no mercado. No lado da forma, não vejo ninguém melhor que Daniel Libeskind. Confesso mas uma vez que nunca fui um grande fã do excesso de ângulos e quebras mas ilustrado por Raul Smith acabei aprendendo a admirar o rigor com que Libeskind enfrenta o projeto, buscando sempre e com igual intensidade levar ao limite as possibilidades formais da sua investigação. Gostei muito do museu de Denver e não vejo a hora de visitar o Royal Ontário Museum in Toronto. No lado do conteúdo, tiro o chapéu para o trabalho que Ed Mazria tem feito junto às escolas de arquitetura e o American Institute of Architecture com seu Desafio 2030: todos os novos edifícios devem buscar como base mínima um gasto de energia 50% menor que a média de sua região ainda antes de 2010, chegando a serem carbon-neutral antes de 2030.
acredito que qualquer arquitetura significativa nas próximas décadas vai se deparar com ambos os desafios: o limite da forma e o limite do conteúdo.
a propósito, querido leitor, você sabe quanto um edifício na sua região consome de energia por metro quadrado? não? taí um numero fácil de decorar que pode fazer nossa profissão um bocado mais significativa de um dia pro outro.
Tuesday, June 12, 2007
70 minutos por dia de vida em família
70 min é o tempo médio que uma família brasileira interage no mesmo espaço. Este dado não tem nenhuma representatividade estatística, é apenas o resultado preliminar de 60 questionários enviados a famílias no Brasil, na Coréia e na Rússia no ano passado cujos resultados começam a ser analisados agora. (obrigado a todos que responderam) Basicamente o questionário pedia que fosse registrado qual o espaço (sala, quarto, cozinha, etc..) em que cada membro da família normalmente se encontra, em intervalos de 15 minutos ao longo do dia. Na verdade, o questionário não pergunta se os membros da família estão realmente interagindo (podem estar todos cada um com sua leitura ou seu celular) mas pressupõe-se que para haver interação as pessoas precisam estar no mesmo espaço. Ou não? De qualquer forma, é um pouco assustador perceber que estamos cada vez mais isolados uns dos outros e passando cada vez menos tempo juntos, o que fica evidente quando se vê a tendência atual de cada membro da família com seu próprio quarto, seu próprio banheiro, seu próprio carro e ate sua própria televisão (o que no caso do nosso questionário conta como interação!!!)
Mais resultados em breve,
Mais informações sobre a pesquisa aqui no Global Apartments Research Group
Mais resultados em breve,
Mais informações sobre a pesquisa aqui no Global Apartments Research Group
Thursday, June 7, 2007
habitação e água em toronto
hoje vai um post bem curtinho só pra chamar a atenção para a questão da água em relação a arquitetura, por ocasião de uma conferência em Toronto:
ver interdesign 2007 e studio toró
ver interdesign 2007 e studio toró
Monday, June 4, 2007
concreto esverdeado
Há algum tempo tenho provocado meus alunos (e a mim tambem) a pensar maneiras diferentes de combinar materiais comuns de forma a obter um ambiente construido mais ambientalmente responsavel. Pra falar a verdade eu continuo acreditando que o ambiente humano é por natureza artificial mas nao custa batalhar no sentido de diminuir o estrago. Essa noticia (e a foto acima) retirada da blogosphera relata uma feliz combinação de concreto (durabilidadem, maleabilidade) e grama (permeabilidade, evaporação, cor). E se o grau de permeabilidade for alto assim como o grau de durabilidade, tai uma excelente ideia para todos os estacionamentos que ocupam areas cada vez maiores das nossas cidades. E de quebra ajuda a diminuir as enchentes alguns quarteirões abaixo.
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