semana passada estive em Rhode Island para uma palestra. Falei sobre as obras recentes em favelas da America Latina, projetos de Mazantti, Araveña, Fernandes, MMBB, Carlos Teixeira (e equipe), Fernando Maculan e com muito orgulho do nosso projeto do grupo Horizontes para a pedreira Prado Lopes em BH.
mas assim que acabou a minha fala começaram aquelas perguntas velhas, dos anos 70, de que a arquitetura não tem muito a contribuir para um processo em que as pessoas constroem barracos com restos de material durante a noite, etc, etc etc....
e nem é tanta culpa dos colegas estrangeiros. A literatura parou ali mesmo. A idéia de uma favela consolidada, com Geladeira, TV a cabo, celular, videogame e tênis Nike ainda não entrou no imaginário da arquitetura. Muito menos a idéia de um mercado paralelo onde se compra, se vende, se aluga e se investe em habitação dita informal.
e assim se perpetua uma idéia antiga de que a formalidade e a informalidade são diametralmente opostas, enquanto que na verdade existe tanta formalidade na favela quanto informalidade no condomínio de luxo. São diferenças de grau, não de substancia. Enquanto não entendermos isto vamos continuar tendo pouco a contribuir.
last week I lectured in Rhode Island. talking about recent developments in Latin American favelas. I discussed Mazantti, Araveña, Fernandes, MMBB, Carlos Teixeira (and team), Fernando Maculan, and proudly showed our (Horizontes) project for Prado Lopes, the most violent favela in Belo Horizonte.
but as soon as my talk ended the questions came as if from the 1970s. What should architecture contribute to a perverse poverty in which people build a shack from scavenged materials in the middle of the night, etc, etc, etc.
and I don’t blame my colleagues, the literature did stop there. The idea of a favela as a consolidated community with fridges, tvs, cell phones, videogames and Nike shoes has not yet penetrated the architectural imaginary. Much less the idea of a parallel market where one buys, sells, rents and invests in informal housing. This outdated perception reinforces the misleading idea that the formal and the informal parts of the city are diametrically opposed.
in reality, one can find many formalities in the favelas and find many informalities in gated communities. It is a matter of degree, not substance. We can’t really articulate a contribution unless we understand that.